Creado por: juanbacan
Você também pode:
O 'eterno retorno', em Nietzsche, não é uma teoria cosmológica sobre a repetição literal dos eventos, mas um pensamento seletivo, um teste ético. Ele nos pede para imaginar que um demônio nos dissesse que teríamos de viver nossa vida incontáveis vezes, com cada dor e cada alegria. A reação a esse pensamento distingue os fortes dos fracos. O Übermensch seria aquele que, ao ouvir isso, responderia:
Com desespero, buscando uma forma de escapar desse ciclo de sofrimento sem fim.
Tentando acumular o máximo de prazer e evitar a dor, para que as repetições fossem mais agradáveis.
Com indiferença, pois o futuro já estaria determinado e nada poderia ser mudado.
Com alegria e amor ('amor fati'), abraçando a ideia e querendo que cada momento de sua vida retorne, pois ele viveu de tal forma que não se arrepende de nada.
Sócrates foi condenado à morte em Atenas sob a acusação de corromper a juventude e não crer nos deuses da cidade. Sua prática filosófica consistia em dialogar com seus interlocutores, fazendo-os questionar suas próprias crenças e reconhecer sua ignorância. Esse método, que envolve a ironia (fingir não saber) e a maiêutica (ajudar a 'dar à luz' as ideias), tinha como objetivo principal:
Ensinar retórica e oratória para que os jovens atenienses tivessem sucesso na vida política e nos tribunais.
Desenvolver um sistema filosófico completo sobre a origem do universo (cosmologia) e a natureza da matéria (física).
Provar a existência dos deuses através de argumentos lógicos e irrefutáveis para fortalecer a religião tradicional.
Levar o indivíduo ao autoconhecimento ('Conhece-te a ti mesmo') e ao cuidado da alma (psyché), buscando a verdade e a virtude.
No diálogo 'A República', Platão descreve sua concepção de uma cidade ideal (Kallipolis). A justiça na cidade, segundo ele, consiste na harmonia entre as três classes sociais, onde cada uma cumpre a sua função específica. A classe dos governantes, que deve ser composta por filósofos, corresponde à parte da alma humana que é:
A parte apetitiva ou concupiscente (epithumia), que corresponde aos produtores (artesãos, agricultores) e está ligada aos desejos e prazeres corporais.
A parte racional (logos), que deve governar as outras partes com sabedoria.
O corpo (soma), que é a parte material e mortal, fonte de todos os males e conflitos.
A parte irascível ou impetuosa (thumos), que corresponde aos guardiões (guerreiros) e é responsável pela coragem e pela defesa da cidade.
A teoria do conhecimento de David Hume, um empirista radical, leva a conclusões céticas sobre conceitos que consideramos fundamentais. Ele argumenta que nossa crença na causalidade (que um evento A causa um evento B) não se baseia na razão nem na observação de uma 'conexão necessária' entre os eventos, mas sim em:
Um raciocínio lógico dedutivo que prova que o futuro deve se assemelhar ao passado.
A estrutura transcendental do nosso entendimento, que impõe a categoria de causalidade às nossas experiências.
O hábito ou costume, formado pela observação repetida de uma conjunção constante entre dois eventos no passado.
Uma ideia inata de causa e efeito, implantada por Deus em nossas mentes.
Um filósofo iluminista defende que a mente humana, ao nascer, é como uma folha em branco, ou 'tábula rasa'. Todas as nossas ideias, segundo ele, provêm da experiência, seja através da sensação (o contato direto dos sentidos com o mundo exterior) ou da reflexão (a percepção das operações da nossa própria mente). Essa posição se opõe diretamente ao racionalismo, que postula a existência de ideias inatas. Tal teoria do conhecimento é a base do pensamento de:
Immanuel Kant, que propôs uma síntese entre racionalismo e empirismo, afirmando que o conhecimento começa com a experiência, mas não se limita a ela.
René Descartes, que defendia a existência de ideias inatas, como a ideia de Deus, perfeição e infinito.
John Locke, um dos fundadores do empirismo britânico, que formulou a teoria da mente como uma 'tábula rasa'.
Baruch Spinoza, um racionalista que desenvolveu um sistema metafísico monista, identificando Deus com a Natureza.