Creado por: juanbacan
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O problema do mal é um desafio teológico e filosófico que questiona como a existência do mal (sofrimento, crueldade, desastres naturais) pode ser compatível com a existência de um Deus que é onipotente, onisciente e onibenevolente. Uma resposta clássica a esse problema, associada a Santo Agostinho e Leibniz, é a 'teodiceia do livre-arbítrio'. Ela argumenta que:
O mal não existe realmente; é apenas uma ausência ou privação do bem, assim como a escuridão é a ausência de luz.
O mal é necessário para que possamos apreciar o bem e para que os seres humanos possam desenvolver virtudes morais como a compaixão e a coragem.
O mal moral (o pecado) não é culpa de Deus, mas resulta do mau uso que os seres humanos fazem de sua liberdade de escolha, um dom que é, em si mesmo, um grande bem.
Deus não é onipotente e, portanto, não consegue impedir o mal, embora deseje fazê-lo.
Um filósofo, observando o comportamento humano, conclui que as pessoas frequentemente agem com base em 'ressentimento'. Indivíduos fracos, incapazes de realizar seus desejos, criam uma moralidade que condena a força, a nobreza e a alegria dos poderosos, chamando de 'bom' aquilo que é fraco, humilde e passivo, e de 'mau' aquilo que é forte e autoafirmativo. Essa análise da 'moralidade de rebanho' ou 'moralidade de escravos' é uma peça central da genealogia da moral de:
Friedrich Nietzsche, que contrapôs a 'moral de senhores' (criadora de valores) à 'moral de escravos' (nascida do ressentimento).
Immanuel Kant, que baseou a moralidade no dever e na universalidade da lei moral.
Aristóteles, que definiu a virtude como um meio-termo entre dois extremos viciosos.
John Stuart Mill, que propôs o utilitarismo, onde a moralidade de uma ação é julgada por sua capacidade de promover a felicidade.
O 'mito do bom selvagem', frequentemente associado a Jean-Jacques Rousseau, descreve o homem em seu estado de natureza original. Segundo essa visão, o homem natural, antes de ser corrompido pela sociedade, era:
Um ser social e político por natureza, buscando viver em comunidade e criar leis.
Solitário, autossuficiente, guiado por instintos de autopreservação ('amour de soi') e compaixão ('pitié'), e, portanto, essencialmente bom e feliz.
Racional e calculista, usando sua inteligência para dominar a natureza e competir com seus pares.
Egoísta, violento e vivendo em um estado de guerra constante com os outros.
Um dos argumentos clássicos a favor da existência de Deus, desenvolvido na Escolástica, é o argumento teleológico ou do desígnio. Ele parte da observação de que o universo exibe ordem, complexidade e propósito, como um relógio que pressupõe um relojoeiro. A conclusão do argumento é que:
Deve haver um primeiro motor imóvel que dá origem a todo o movimento no universo, e este motor é Deus (Argumento do Movimento de Aristóteles/Tomás de Aquino).
Deus é definido como o ser do qual nada maior pode ser pensado; como existir na realidade é maior do que existir apenas na mente, Deus deve existir na realidade (Argumento Ontológico de Santo Anselmo).
Tudo o que começa a existir tem uma causa; o universo começou a existir, logo, o universo tem uma causa, que é Deus (Argumento Cosmológico Kalam).
Essa ordem e finalidade no universo não podem ser fruto do acaso, devendo, portanto, ser o produto de uma inteligência superior, que é Deus.
A filosofia de Gilles Deleuze, muitas vezes em colaboração com Félix Guattari, propõe uma nova imagem do pensamento, que não se baseia na representação e na identidade, mas na criação e na diferença. Eles contrapõem o modelo de pensamento 'arborescente' (com uma raiz, um tronco e ramos hierárquicos) a um modelo que eles chamam de 'rizoma'. Um rizoma é caracterizado por:
Ter um centro fixo e uma estrutura hierárquica, onde todos os pontos se conectam a um ponto central de poder.
Seguir uma progressão linear e lógica, onde cada passo se segue necessariamente do anterior.
Ser uma estrutura fechada e estática, que não permite novas conexões ou transformações.
Ser um sistema acêntrico, não hierárquico, onde qualquer ponto pode ser conectado a qualquer outro, crescendo de forma imprevisível e múltipla.