Simulado ENEM

Cuestionario Simulador Gratuito ENEM 2014 - Segunda Aplicação | Pratique Online | Página 20

Creado por: juanbacan

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Pergunta 96

O mulato

 

 Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.

 Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformandose em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias.

 — Mulato!

 Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.

AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).

O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois

A)

relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.

B)

apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.

C)

mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.

D)

ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente.

E)

critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros.

Como resolver?

Pergunta 97

 

A internet amplia o que queremos e desejamos. Pessoas alienadas se alienam mais na internet. Pessoas interessantes tornam a comunicação com a internet mais interessante. Pessoas abertas utilizam a internet para promover mais interação e compartilhamento. Pessoas individualistas se fecham mais ainda nos ambientes digitais. Pessoas que têm dificuldades de relacionamento na vida real muitas vezes procuram mil formas de fuga para o virtual. Aproveitaremos melhor as possibilidades da internet, se equilibrarmos a qualidade das interações presenciais — na vida pessoal, profissional, emocional — com as interações digitais correspondentes.

MORAN, J. M. Disponível em: www.eca.usp.br. Acesso em: 31 jul. 2012 (adaptado).

O texto expressa um posicionamento a respeito do uso da internet e suas repercussões na vida cotidiana. Na opinião do autor, esse sistema de informação e comunicação

A)

aumenta o número de pessoas alienadas.

B)

resolve problemas de relacionamento.

C)

soluciona a questão do individualismo.

D)

equilibra as interações presenciais.

E)

potencializa as características das pessoas.

Como resolver?

Pergunta 98

A tendência dos nomes

 

O nome é uma das primeiras coisas que não escolhemos na vida. Estará inscrito nos registros: na maternidade, no RG, no CPF, no obituário etc. Enfim, uma escolha que não fizemos nos acompanha do berço ao túmulo, pois na lápide se dirá que ali jaz Fulano de Tal

SILVA, D. Língua, n. 77, mar. 2012

Algumas palavras atuam no desenvolvimento de um texto contribuindo para a sua progressão. A palavra “enfim” promove o encadeamento do texto, tendo sido utilizada com a intenção de

A)

explicar que os nomes das pessoas são escolhidos no nascimento.

B)

ratificar que os nomes registrados no nascimento são imutáveis.

C)

reiterar que os nomes recebidos são importantes até a morte.

D)

concluir que os nomes acompanham os indivíduos até a morte.

E)

acrescentar que ninguém pode escolher o próprio nome.

Como resolver?

Pergunta 99

Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante, importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria existência.

ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001 (fragmento).

Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a predominância de uma das funções da linguagem, identificada como

A)

metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.

B)

referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.

C)

fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o leitor, por isso o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.

D)

poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em prosa, por isso o emprego de “hipotrélico”.

E)

expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de dúvida “talvez”.

Como resolver?

Pergunta 100

Eu vô transmiti po sinhô logo uma passage muito importante, qu’ eu iscutei um velho de nome Ricardo Caetano Alves, que era neto do propietário da Fazenda do Buraca. O pai dele, ele contava que o pai dele assistiu uma cena muito importante aonde ele tava, do Jacarandá, o chefe dos iscravo do Joaquim de Paula, com o chefe dos iscravo do Vidigal, que chamava, era tratado Pai Urubu. O Jacarandá era tratado Jacarandá purque ele era um negro mais vermelho, tá intendeno com’ é que é, né? Intão é uma imitância de cerno de Jacarandá, intão eles apilidaro ele de Pai Jacarandá. Agora, o Pai Urubu, diz que era o mais preto de todos os iscravo que era cunhicido nessa época. Intão ele ficô com o nome Pai Urubu. É quem dirigia, de toda confiança dos sinhores. Intão os sinhores cunhiciam eles como “pai”: Pai Urubu, Pai Jacarandá, Pai Francisco, que é o chefe da Fazenda das Abóbra, Pai Dumingo, que era da Fazenda do Buraca.

SOUZA, J. Negros pelo vale. Belo Horizonte: Fale-UFMG, 2009.

O texto é uma transcrição da narrativa oral contada por Pedro Braga, antigo morador do povoado Vau, de Diamantina (MG). Com base no registro da fala do narrador, entende-se que seu relato

A)

perpetua a memória e os saberes dos antepassados.

B)

constrói uma voz dissonante da identidade nacional.

C)

demonstra uma visão distanciada da cultura negra.

D)

revela uma visão unilateral dos fazendeiros.

E)

transmite pouca experiência e sabedoria.

Como resolver?

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