Simulado ENEM

Cuestionario Simulado ENEM 2023 Online e Gratuito | Questões para Treinar | Página 7

Creado por: juanbacan

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Pergunta 31

A escravidão

Esses meninos que aí andam jogando peteca não viram nunca um escravo… Quando crescerem, saberão que já houve no Brasil uma raça triste, votada à escravidão e ao desespero; e verão nos museus a coleção hedionda dos troncos, dos vira-mundos e dos bacalhaus; e terão notícias dos trágicos horrores de uma época maldita: filhos arrancados ao seio das mães, virgens violadas em pranto, homens assados lentamente em fornos de cal, mulheres nuas recebendo na sua mísera nudez desvalida o duplo ultraje das chicotadas e dos olhares do feitor bestial. […] Mas a sua indignação nunca poderá ser tão grande como a daqueles que nasceram e cresceram em pleno horror, no meio desse horrível drama de sangue e lodo, sentindo dentro do ouvido e da alma, numa arrastada e contínua melopeia, o longo gemer da raça mártir — orquestração satânica de todos os soluços, de todas as impressões, de todos os lamentos que a tortura e a injustiça podem arrancar a gargantas humanas.

BILAC, O. Disponível em: www.escritas.org. Acesso em: 29 out. 2021

Publicado em 1902, o texto de Olavo Bilac enfatiza as mazelas da escravidão no Brasil ao

A)

descrever de modo impessoal as consequências da exploração racial sobre as gerações futuras.

B)

contrapor a infância privilegiada das crianças da época à infância violentada das crianças escravizadas.

C)

antecipar o futuro apagamento das marcas da escravidão no contexto social.

D)

criticar a atenuação da violência contra os povos escravizados nas memórias retratadas pelos museus.

E)

imaginar a reação de indiferença de seus contemporâneos com os escravizados libertos.

Como resolver?

Pergunta 32

E assim as coisas continuaram acontecendo entre os dois, em quase sustos, um grande por acaso com cacoetes de gestos definitivos. Com o Nunca Mais se oferecendo o tempo todo, bastaria dizer foi um prazer ter te conhecido, bastaria não trocar telefones nem e-mails e enterrar a casualidade com a cal da sabedoria – nada poderia ser definitivo, os encontros duravam duas horas ou duas décadas ou duas vezes isso, mas em algum momento necessariamente seria o fim. De todos os grandes amores, De todos os pequenos. De todas as juras, das promessas, de todos os na-alegria-e-na-tristeza. De todos os não amores, os desamores, os casamentos para sempre, os rancores para sempre, de todas as paralelas que só se viabilizam na abstração da geometria, de todas as pequenas paixões e de todas as grandes paixões, de tudo que para na antessala da paixão, de todos os vínculos não experimentados, de todos.

LISBOA, A. Rahushisha. Rio de Janeiro Objetiva 2014.

O recurso que promove a progressão textual, contribuindo para a construção da ideia de que as relações amorosas têm um enredo comum, é a

A)

repetição do pronome indefinido "todos".

B)

utilização do travessão na marcação do oposto.

C)

retomada do antecedente pelo pronome "isso".

D)

contraposição de ideias marcada pela conjunção mas.

E)

substantivação de expressões pela anteposição do artigo.

Como resolver?

Pergunta 33

A garganta é a gruta que guarda o som

A garganta está entre a mente e o coração

Vem coisa de cima, vem coisa de baixo e de

[repente um nó (e o que eu quero dizer?)

Às vezes, acontece um negócio esquisito

Quando eu quero falar eu grito, quando eu quero

[gritar eu falo, o resultado

Calo.

ESTRELA D’ALVA, R. Disponível em: https://claudia.abril.com.br. Acesso em: 23 nov. 2021 (fragmento).

A função emotiva presente no poema cumpre o propósito do eu lírico de

A)

revelar as desilusões amorosas.

B)

refletir sobre a censura à sua voz

C)

expressar a dificuldade de comunicação.

D)

ressaltar a existência de pressões externas.

E)

manifestar as dores do processo de criação.

Como resolver?

Pergunta 34

Era um gato preto, como convinha a um cultor das boas letras, que já lera Poe traduzido por Baudelaire. Preto e gordo. E lerdo. Tão gordo e lerdo que a certa altura observei que ia perdendo inteiramente as qualidades características da raça, que são em suma o ódio de morte aos ratos. Já nem os afugentava! Os ratos de Ouro Preto são também dignos e solenes — não ria — tradicionalistas… descendentes de outros ratos que naqueles mesmos casarões presenciaram acontecimentos importantes da nossa história… No sobrado do desembargador Tomás Antônio Gonzaga, imagine o senhor uma reunião dos sonhadores inconfidentes, com os antepassados daqueles ratos a passearem pelo sótão ou mesmo pelo assoalho por entre as pernas dos homens absortos na esperança da independência nacional! E depois, os ancestres daqueles roedores que eu via agora deslizar sutilmente no meu quarto podiam ter subido pelo poste da ignomínia colonial, onde estava exposta a cabeça do Tiradentes! E quando as órbitas se descarnaram ignominiosamente, podiam até ter penetrado no recesso daquele crânio onde verdadeiramente ardera a literatura, com a simplicidade do heroísmo, a febre nacionalista…

ALPHONSUS, J. Contos e novelas. Rio de Janeiro: Imago; Brasília: INL, 1976.

Descrevendo seu gato, o narrador remete ao contexto e a protagonistas da Inconfidência para criar um efeito desconcertante centrado no

A)

desenho imaginativo do casario colonial de Ouro Preto.

B)

efeito de apagamento de limites entre ficção e realidade.

C)

vínculo estabelecido entre animais urbanos e literatura.

D)

questionamento sutil quanto à sanidade dos inconfidentes.

E)

contraste entre austeridade pomposa e imagem repugnante.

Como resolver?

Pergunta 35

Enquanto estivemos entretidos com os urubus outras coisas andaram acontecendo na cidade. A Companhia baixou novas proibições, umas inteiramente bobocas, só pelo prazer de proibir (ninguém podia cuspir pra cima, nem carregar água em jacá, nem tapar o sol com peneira, como se todo mundo estivesse abusando dessas esquisitices); mas outras bem irritantes, como a de pular muro pra cortar caminho, tática que quase todo mundo que não sofria de reumatismo vinha adotando ultimamente, principalmente os meninos. E não confiando na proibição só, nem na força dos castigos, que eram rigorosos, a Companhia ainda mandou fincar cacos de garrafa nos muros. Achei isso um exagero, e comentei o assunto com mamãe. Meu pai ouviu lá do quarto e veio explicar. Disse que em épocas normais bastava uma coisa ou outra; mas agora a Companhia não podia admitir nenhuma brecha em suas ordens; se alguém desobedecesse à proibição podia se cortar nos cacos; se alguém conseguisse pular um muro quebrando era apanhado pela proibição, nhoc – e fez o gesto de quem torce o pescoço de um frango.

VEIGA, J. J. Sombras de reis barbudos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

Sob a perspectiva do menino que narra, os fatos ficcionais oferecem um esboço do momento político vigente na década de 1970, aqui representado pelo

A)

culto ao medo, infiltrado em situações do cotidiano.

B)

sentimento de dúvida quanto à veracidade das informações.

C)

ambiente de sonho, delineado por imagens perturbadoras.

D)

incentivo ao desenvolvimento econômico com a iniciativa privada.

E)

espaço urbano marcado por uma política de isolamento das crianças.

Como resolver?

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