Preguntas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias | Simulado ENEM 2025 | Página 229

Nesta seção você encontrará milhares de perguntas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, como resolver cada uma das perguntas e a resposta correta.

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Pergunta 1141

À garrafa

Contigo adquiro a astúcia
de conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
é uma lição de angústia.
Por translúcida pões
o dentro fora e o fora dentro
para que a forma se cumpra
e o espaço ressoe.
Até que, farta da constante
prisão da forma, saltes
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida,
numa explosão
de diamantes.

PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.

A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária contemporânea, que, no poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a):

A)  

reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão “Por translúcidas pões".

B)  

subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se em "prisão da forma".

C)  

visão progressivamente pessimista, em face da impossibilidade da criação poética, conforme expressa o verso "e te estilhaces, suicida".

D)  

processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos "numa explosão / de diamantes".

E)  

necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente comparada à "garrafa" a ser "estilhaçada".

Como resolver?

Pergunta 1142

Disponível em: http://farm5.static.flickr.com. Acesso em: 26 out. 2011 (adaptado).

Nas peças publicitárias, vários recursos verbais e não verbais são usados com o objetivo de atingir o público-alvo, influenciando seu comportamento.

Considerando as informações verbais e não verbais trazidas no texto a respeito da hepatite, verifica-se que:

A)  

o tom lúdico é empregado como recurso de consolidação do pacto de confiança entre o médico e a população.

B)  

a figura do profissional da saúde é legitimada, evocando-se o discurso autorizado como estratégia argumentativa.

C)  

o uso de construções coloquiais e específicas da oralidade são recursos de argumentação que simulam o discurso do médico.

D)  

a empresa anunciada deixa de se autopromover ao mostrar preocupação social e assumir a responsabilidade pelas informações.

E)  

o discurso evidencia uma cena de ensinamento didático, projetado com subjetividade no trecho sobre as maneiras de prevenção.

Como resolver?

Pergunta 1143

Exmº Sr. Governador:
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[…]
ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame, proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha – um telegrama; porque se deitou pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela – um telegrama.
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILIANO RAMOS

RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.

O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado ao governo do estado de Alagoas.

De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o autor:

A)  

emprega sinais de pontuação em excesso.

B)  

recorre a termos e expressões em desuso no português.

C)  

apresenta-se na primeira pessoa do singular, para conotar intimidade com o destinatário.

D)  

privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar conhecimento especializado.

E)  

expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional.

Como resolver?

Pergunta 1144

Assum preto

Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor

Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mió

Assum preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil veiz a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá

GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em: www.luizgonzaga.mus.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento).

As marcas da variedade regional registradas pelos compositores de Assum preto resultam da aplicação de um conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico.

No texto, é resultado de uma mesma regra a

A)  

pronúncia das palavras "vorta" e "veve".

B)  

pronúncia das palavras "tarvez" e "sorto".

C)  

flexão verbal encontrada em "furaro" e "cantá".

D)  

redundância nas expressões "cego dos óio" e "mata em frô"

E)  

pronúncia das palavras "ignorança" e "avuá".

Como resolver?

Pergunta 1145

As narrativas indígenas se sustentam e se perpetuam por uma tradição de transmissão oral (sejam as histórias verdadeiras dos seus antepassados, dos fatos e guerras recentes ou antigos; sejam as histórias de ficção, como aquelas da onça e do macaco). De fato, as comunidades indígenas nas chamadas “terras baixas da América do Sul” (o que exclui as montanhas dos Andes, por exemplo) não desenvolveram sistemas de escrita como os que conhecemos, sejam alfabéticos (como a escrita do português), sejam ideogramáticos (como a escrita dos chineses) ou outros. Somente nas sociedades indígenas com estratificação social (ou seja, já divididas em classes), como foram os astecas e os maias, é que surgiu algum tipo de escrita. A história da escrita parece mesmo mostrar claramente isso: que ela surge e se desenvolve – em qualquer das formas – apenas em sociedades estratificadas (sumérios, egípcios, chineses, gregos, etc.). O fato é que os povos indígenas no Brasil, por exemplo, não empregavam um sistema de escrita, mas garantiram a conservação e continuidade dos conhecimentos acumulados, das histórias passadas e, também, das narrativas que sua tradição criou, através da transmissão oral. Todas as tecnologias indígenas se transmitiram e se desenvolveram assim. E não foram poucas: por exemplo, foram os índios que domesticaram plantas silvestres e, muitas vezes, venenosas, criando o milho, a mandioca (ou macaxeira), o amendoim, as morangas e muitas outras mais (e também as desenvolveram muito; por exemplo, somente do milho criaram cerca de 250 variedades diferentes em toda a América).

D’Angelis, W. R. Histórias dos índios lá em casa: narrativas indígenas e tradição oral popular no Brasil. Disponível em: www.portalkaingang.org. Acesso em: 5 dez. 2012.

A escrita e a oralidade, nas diversas culturas, cumprem diferentes objetivos. O fragmento aponta que, nas sociedades indígenas brasileiras, a oralidade possibilitou

A)  

a conservação e a valorização dos grupos detentores de certos saberes.

B)  

a preservação e a transmissão dos saberes e da memória cultural dos povos.

C)  

a manutenção e a reprodução dos modelos estratificados de organização social.

D)  

a restrição e a limitação do conhecimento acumulado a determinadas comunidades.

E)  

o reconhecimento e a legitimação da importância da fala como meio de comunicação.

Como resolver?

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