LAERTE. Disponível em: http://blog.educacional.com.br. Acesso em: 8 set. 2011.
Nesta seção você encontrará milhares de perguntas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, como resolver cada uma das perguntas e a resposta correta.
se não o fizer, terá a opção de ver a solução ou escolher outra resposta.
Se desejar saber como solucionar cada pergunta, pode clicar na opção 'Como resolver?'
Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro quadrinho a persuadir sua interlocutora?
Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.
Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.
Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com um produto eletrônico.
Comparação, ao enfatizar que os produtos apresentados anteriormente são inferiores.
Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os anseios do consumidor.
O senhor
Carta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava aos presentes o tratamento de você, se dirigiu ao autor chamando-o “o senhor”:
Senhora:
Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito magoado e cara triste, para vos dizer que senhor ele não é, de nada, nem de ninguém.
Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do plebeu está em não querer esconder sua condição, e esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores ricos e nobres a quem chamáveis você escolhestes a mim para tratar de senhor, é bem de ver que só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa e na prata de meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí; o território onde eu mando é no país do tempo que foi. Essa palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu entre nós um muro frio e triste.
Vi o muro e calei: não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.
BRAGA, R. A borboleta amarela. Rio de Janeiro: Record, 1991.
A escolha do tratamento que se queira atribuir a alguém geralmente considera as situações específicas de uso social. A violação desse princípio causou um mal-estar no autor da carta. O trecho que descreve essa violação é:
“Essa palavra, ‘senhor’, no meio de uma frase ergueu entre nós um muro frio e triste.”
“A única nobreza do plebeu está em não querer esconder a sua condição.”
“Só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa.”
“O território onde eu mando é no país do tempo que foi.”
“Não é de muito, eu juro, que acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira.”
Com o texto eletrônico, enfim, parece estar ao alcance de nossos olhos e de nossas mãos um sonho muito antigo da humanidade, que se poderia resumir em duas palavras, universalidade e interatividade.
As luzes, que pensavam que Gutenberg tinha propiciado aos homens uma promessa universal, cultivavam um modo de utopia. Elas imaginavam poder, a partir das práticas privadas de cada um, construir um espaço de intercâmbio crítico das ideias e opiniões. O sonho de Kant era que cada um fosse ao mesmo tempo leitor e autor, que emitisse juízos sobre as instituições de seu tempo, quaisquer que elas fossem e que, ao mesmo tempo, pudesse refletir sobre o juízo emitido pelos outros. Aquilo que outrora só era permitido pela comunicação manuscrita ou a circulação dos impressos encontra hoje um suporte poderoso com o texto eletrônico.
CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Unesp, 1998.
No trecho apresentado, o sociólogo Roger Chartier caracteriza o texto eletrônico como um poderoso suporte que coloca ao alcance da humanidade o antigo sonho de universalidade e interatividade, uma vez que cada um passa a ser, nesse espaço de interação social, leitor e autor ao mesmo tempo. A universalidade e a interatividade que o texto eletrônico possibilita estão diretamente relacionadas à função social da internet de
propiciar o livre e imediato acesso às informações e ao intercâmbio de julgamentos.
globalizar a rede de informações e democratizar o acesso aos saberes.
expandir as relações interpessoais e dar visibilidade aos interesses pessoais.
propiciar entretenimento e acesso a produtos e serviços.
expandir os canais de publicidade e o espaço mercadológico.
O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular.
ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da população rica.
personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso da família.
Labaredas nas trevas
Fragmentos do diário secreto de
Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski
20 DE JULHO [1912]
Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-me, prezado senhor, nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa que eu, ou outra pessoa, escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam da sugestão. […] Dificilmente encontro alguém, agora, que saiba quem é Stephen Crane ou lembre-se de algo dele. Para os jovens escritores que estão surgindo ele simplesmente não existe.”
20 DE DEZEMBRO [1919]
Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou reconhecido como o maior escritor vivo da língua inglesa. Já se passaram dezenove anos desde que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E parece que outros também não. The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação de um livro que, segundo eles, foi “um fenômeno hoje esquecido” e me pediram um artigo.
FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992 (fragmento).
Na construção de textos literários, os autores recorrem com frequência a expressões metafóricas. Ao empregar o enunciado metafórico “Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal”, pretendeu-se estabelecer, entre os dois fragmentos do texto em questão, uma relação semântica de
causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um texto, em que uma contém a causa e a outra, a consequência.
temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um texto, situando no tempo o que é relatado nas partes em questão.
condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes de um texto, em que uma resulta ou depende de circunstâncias apresentadas na outra.
adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta uma orientação argumentativa distinta e oposta à outra.
finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta o meio, por exemplo, para uma ação e a outra, o desfecho da mesma.