Preguntas de Ciências Humanas e suas Tecnologias | Simulado ENEM 2025 | Página 348

Nesta seção você encontrará milhares de perguntas de Ciências Humanas e suas Tecnologias, como resolver cada uma das perguntas e a resposta correta.

se não o fizer, terá a opção de ver a solução ou escolher outra resposta.

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Pergunta 1736

Falar errado é uma arte, Arnesto!

No dia 6 de agosto de 1910, Emma Riccini Rubinato pariu um garoto sapeca em Valinhos e deu a ele o nome de João Rubinato. Na escola, João não passou do terceiro ano. Não era a área dele, tinha de escolher outra. Fez o que apareceu. Foi ser garçom, metalúrgico, até virar radialista, comediante, ator de cinema e TV, cantor e compositor. De samba.

Como tinha sobrenome italiano, João resolveu mudar para emplacar seu samba. E como ia mudar o sobrenome, mudou o nome. Virou Adoniran Barbosa. O cara falava errado, voz rouca, pinta de malandro da roça. Virou ícone da música brasileira, o mais paulista de todos, falando errado e irritando Vinicius de Moraes, que ficou de bico fechado depois de ouvir a música que Adoniran fez para a letra Bom dia, tristeza, de autoria do Poetinha. Coisa de arrepiar.

Para toda essa gente que implicava, Adoniran tinha uma resposta neoerudita: “Gosto de samba e não foi fácil, pra mim, ser aceito como compositor, porque ninguém queria nada com as minhas letras que falavam ‘nóis vai’, ‘nóis fumo’, ‘nóis fizemo’, ‘nóis peguemo’. Acontece que é preciso saber falar errado. Falar errado é uma arte, senão vira deboche”.

Ele sabia o que fazia. Por isso dizia que falar errado era uma arte. A sua arte. Escolhida a dedo porque casava com seu tipo. O Samba do Arnesto é um monumento à fala errada, assim como Tiro ao Álvaro. O erudito podia resmungar, mas o povo se identificava.

PEREIRA, E. Disponível em: www.tribunapr.com.br.
Acesso em: 8 jul. 2024 (adaptado).

O “falar errado” a que o texto se refere constitui um preconceito em relação ao uso que Adoniran Barbosa fazia da língua em suas composições, pois esse uso

A)  

marcava a linguagem dos comediantes no mesmo período.

B)  

prejudicava a compreensão das canções pelo público

C)  

denunciava a ausência de estilo nas letras de canção.

D)  

restringia a criação poética nas letras do compositor.

E)  

transgredia a norma-padrão vigente à época

Como resolver?

Pergunta 1737

pessoas com suas malas
mochilas e valises
chegam e se vão
se encontram
se despedem
e se despem
de seus pertences
como se pudessem chegar
a algum lugar
onde elas mesmas
não estivessem

RUIZ, A. In: SANT’ANNA, A. Rua Aribau: coletânea de poemas.
Porto Alegre: TAG, 2018.

Esse poema, por meio da ideia de deslocamento, metaforiza a tentativa de pessoas

A)  

buscarem novos encontros.

B)  

fugirem da própria identidade.

C)  

procurarem lugares inexplorados.

D)  

partirem em experiências inusitadas.

E)  

desaparecerem da vida em sociedade.

Como resolver?

Pergunta 1738

Se você é feito de música, este texto é pra você

Às vezes, no silêncio da noite, eu fico imaginando: que graça teria a vida sem música? Sem ela não há paz, não há beleza. Nos dias de festa e nas madrugadas de pranto, nas trilhas dos filmes e nas corridas no parque, o que seria de nós sem as canções que enfeitam o cotidiano com ritmo e verso? Quem nunca curou uma dor de cotovelo dançando lambada ou terminou de se afundar ouvindo sertanejo sofrência? Quantos já criticaram funk e fecharam a noite descendo até o chão? Tudo bem… Raul nos ensinou que é preferível ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Já somos castigados com o peso das tragédias, o barulho das buzinas, os ruídos dos conflitos. É pau, é pedra, é o fim do caminho. Há uma nuvem de lágrimas sobre os olhos, você está na lanterna dos afogados, o coração despedaçado. Mas, como um sopro, da janela do vizinho, entra o samba que reanima a mente. Floresce do fundo do nosso quintal a batida que ressuscita o ânimo, sintoniza a alegria e equaliza o fôlego. Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima.

BITTAR, L. Disponível em: www.revistabula.com.
Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).

Defendendo a importância da música para o bem-estar e o equilíbrio emocional das pessoas, a autora usa, como recurso persuasivo, a

A)  

contradição, ao associar o coração despedaçado à alegria.

B)  

metáfora, ao citar a imagem da metamorfose ambulante.

C)  

intertextualidade, ao resgatar versos de letras de canções.

D)  

enumeração, ao mencionar diferentes ritmos musicais.

E)  

hipérbole, ao falar em “sofrência”, “tragédias” e “afogados”.

Como resolver?

Pergunta 1739

TEXTO I 

Anônimo. Cabeça de uma figura feminina.
Circa 2700-2500 a.C. Escultura em mármore, 8 × 3,2 cm.
Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque.

TEXTO II

MODIGLIANI, A. Cabeça de mulher. Circa 1910-1911.
Escultura em calcário, 68,3 × 15,9 × 24,1 cm.
National Gallery of Art, Washington.

 

WOLKOFF, J. These 5,000-Year-Old Sculptures Look Shockingly Similar to Modern Art.
Disponível em: www.artsy.net. Acesso em: 19 jun. 2019.

A leitura comparativa das duas esculturas, separadas por mais de 2500 anos, indica a

A)  

valorização da arte antiga por artistas contemporâneos.

B)  

resistência da arte escultórica aos avanços tecnológicos.

C)  

simplificação da forma em razão do tipo de material utilizado.

D)  

persistência de padrões estéticos em diferentes épocas e culturas.

E)  

ausência de detalhes como traço distintivo da arte tradicional popular.

Como resolver?

Pergunta 1740

— Eu lhe juro, Aurélia. Estes lábios nunca tocaram a face de outra mulher, que não fosse minha mãe. Meu primeiro beijo de amor, guardei-o para minha esposa, para ti…
[…]
— Ou de outra mais rica! — disse ela, retraindo-se para fugir ao beijo do marido, e afastando-o com a ponta dos dedos. A voz da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sentimento que lhe sublevava o seio, e que parecia ringir-lhe nos lábios como aço.
— Aurélia! Que significa isto?
— Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido.
— Vendido! — exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
— Vendido, sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica; sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.

ALENCAR, J. Senhora. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 2003.

Ao tematizar o casamento, esse fragmento reproduz uma concepção de literatura romântica evidenciada na

A)  

defesa da igualdade de gêneros.

B)  

importância atribuída à castidade.

C)  

indignação com as injustiças sociais.

D)  

interferência da riqueza sobre o amor.

E)  

valorização das relações interpessoais.

Como resolver?

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