O 'eterno retorno', em Nietzsche, não é uma teoria cosmológica sobre a repetição literal dos eventos, mas um pensamento seletivo, um teste ético. Ele nos pede para imaginar que um demônio nos dissesse que teríamos de viver nossa vida incontáveis vezes, com cada dor e cada alegria. A reação a esse pensamento distingue os fortes dos fracos. O Übermensch seria aquele que, ao ouvir isso, responderia:

O eterno retorno é o 'pensamento mais pesado', mas também o mais afirmativo. Ele funciona como um imperativo: 'viva de tal modo que você possa desejar que sua vida se repita eternamente'. Ele nos força a avaliar cada ação e cada momento: 'eu quero isso por toda a eternidade?'. Aquele que é capaz de dizer 'sim' à vida em sua totalidade, incluindo o sofrimento e a dor, sem querer que nada seja diferente, é aquele que alcançou a mais alta afirmação da vida. Essa é a atitude do Übermensch, que ama seu destino ('amor fati').