O filósofo contemporâneo Jürgen Habermas, herdeiro da Teoria Crítica, busca fundamentar a possibilidade de uma crítica racional da sociedade. Em sua 'Teoria do Agir Comunicativo', ele argumenta que, implícita em todo ato de fala que visa o entendimento, existe uma 'situação ideal de fala'. Esta situação é caracterizada pela ausência de coerção, onde o melhor argumento prevalece, e serve como um padrão normativo para:
Justificar o domínio da razão instrumental e da burocracia na sociedade moderna.
Desenvolver técnicas de retórica e persuasão para vencer debates, independentemente da verdade ou da justiça da causa.
Criticar as formas de comunicação sistematicamente distorcidas pelo poder e pelo dinheiro, e para orientar a busca por uma sociedade mais democrática e emancipada.
Provar que a linguagem é apenas um jogo de poder e que qualquer busca por consenso é uma ilusão.
0
Habermas vê na própria estrutura da linguagem uma promessa de racionalidade e emancipação. Quando falamos a sério, buscando o entendimento mútuo, levantamos pretensões de validade (que o que dizemos é verdadeiro, correto e sincero). A 'situação ideal de fala' é uma pressuposição contrafactual onde essas pretensões poderiam ser livremente testadas apenas pela força dos argumentos. Embora nunca seja plenamente realizada, ela funciona como um ideal regulador que nos permite criticar as formas de comunicação reais, que são frequentemente distorcidas por relações de poder, e imaginar uma 'esfera pública' onde as decisões políticas e morais possam ser legitimadas através de um debate verdadeiramente democrático.
Não perca a oportunidade de ajudar os outros. Cadastre-se ou faça login para adicionar uma solução!
Ajude a comunidade respondendo algumas perguntas.