Baruch Spinoza, em sua 'Ética Demonstrada à Maneira dos Geômetras', defende uma visão determinista do universo. Se tudo o que existe é Deus (ou Natureza) e tudo acontece segundo as leis necessárias de sua natureza, então não há espaço para o livre-arbítrio como tradicionalmente entendido (uma vontade que pode escolher incondicionalmente). Para Spinoza, a liberdade humana consiste em:
Ser capaz de violar as leis da natureza através de um ato de vontade soberana.
Escolher entre o bem e o mal, sendo moralmente responsável por suas ações perante um juiz divino.
Agir de forma espontânea e imprevisível, sem qualquer causa ou razão.
Compreender a necessidade que rege todas as coisas e agir com base nesse conhecimento, libertando-se das paixões que surgem de ideias inadequadas.
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A liberdade, para Spinoza, não é a ausência de necessidade, mas a consciência da necessidade. A escravidão humana consiste em ser governado pelas 'paixões' (affectus), que são emoções como o ódio, o medo e a esperança, que surgem de uma compreensão inadequada (imaginativa) das causas que nos afetam. A liberdade é alcançada através da razão, que nos permite ter ideias adequadas das coisas, compreendendo como elas se seguem necessariamente da natureza de Deus. Ao compreender a necessidade, deixamos de ser passivos e nos tornamos ativos, agindo de acordo com a nossa própria natureza racional. A liberdade é, portanto, a autodeterminação racional.
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