A filosofia política de Platão, como descrita em 'A República', é antidemocrática. Ele critica a democracia ateniense por ser um regime instável, governado pela opinião (doxa) e pelas paixões da multidão, em vez da razão e do conhecimento (episteme). Para Platão, a competência para governar não é um direito de todos, mas uma habilidade que requer um longo e árduo processo de educação. Por isso, a cidade ideal deveria ser governada por:
Os mais ricos, pois teriam mais interesse na estabilidade e prosperidade da cidade.
Um conselho de cidadãos idosos, que por sua experiência de vida teriam mais sabedoria.
Guerreiros corajosos, que seriam mais capazes de defender a cidade contra seus inimigos.
Filósofos-Reis, aqueles que, através da dialética, ascenderam do mundo sensível ao mundo inteligível e contemplaram a Forma do Bem.
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A tese central de 'A República' é que a justiça só será alcançada quando os filósofos se tornarem reis, ou os reis se tornarem filósofos. Platão usa a Analogia do Navio para ilustrar sua crítica à democracia: em um navio, quem deveria estar no comando? Os marinheiros, que disputam o poder entre si, ou o verdadeiro navegador, que conhece as estrelas e a arte da navegação? Para Platão, a cidade é como um navio, e a arte de governar é uma ciência. Apenas os filósofos, que conhecem a verdadeira realidade (as Formas) e, em última instância, a Forma do Bem (que é a fonte de toda a verdade e justiça), possuem o conhecimento necessário para governar a cidade de forma justa e virtuosa.
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