O dualismo de Platão distingue radicalmente o corpo (soma) e a alma (psyché). O corpo é visto como parte do mundo sensível, mutável, corruptível e uma fonte de enganos e desejos que aprisionam a alma. A alma, por sua vez, é de natureza divina, imortal e pertence ao mundo inteligível. Nesse contexto, a morte é vista por Platão como:
A dissolução da identidade pessoal, onde a alma se funde com uma alma universal ou com a natureza.
Uma passagem para um outro mundo onde o indivíduo será julgado com base em suas crenças religiosas, não em seu conhecimento filosófico.
O fim definitivo da existência e da consciência, um evento a ser temido e evitado a todo custo.
Uma libertação da alma do cárcere do corpo, permitindo que ela retorne ao mundo das Formas para contemplar a verdade em sua pureza.
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Na obra 'Fédon', Platão narra as últimas horas de Sócrates, que argumenta a favor da imortalidade da alma. Para ele, o filósofo verdadeiro passa a vida se preparando para a morte. Isso porque o corpo, com seus sentidos e paixões, é um obstáculo ao conhecimento. A morte é o momento em que a alma, se purificada pela filosofia, pode finalmente se libertar das amarras do corpo e ter acesso direto ao mundo inteligível, o reino da verdade e da realidade plena. Portanto, para o filósofo, a morte não é um mal, mas uma libertação desejada.
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