René Descartes, em suas 'Meditações Metafísicas', estabelece o 'Cogito, ergo sum' ('Penso, logo existo') como a primeira certeza indubitável. A partir daí, ele precisa provar a existência de Deus para garantir a veracidade de suas ideias claras e distintas e, assim, reconstruir o edifício do conhecimento. Um dos argumentos que ele utiliza parte da ideia de Deus que ele encontra em sua própria mente. O argumento pode ser resumido assim:
O universo é tão complexo e ordenado que deve ter sido criado por um projetista inteligente, que é Deus.
Eu tenho em mim a ideia de um ser perfeito (infinito, onipotente, onisciente). Como eu sou um ser imperfeito, não posso ter sido a causa dessa ideia. Portanto, a causa da ideia de perfeição deve ser um ser realmente perfeito, que é Deus.
Deus é definido como o ser do qual nada maior pode ser pensado. Um ser que existe na realidade é maior do que um que existe apenas no pensamento. Logo, Deus deve existir na realidade.
Tudo o que se move é movido por outro. Essa cadeia de motores não pode ser infinita. Logo, deve haver um primeiro motor imóvel, que é Deus.
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Este é o argumento da causalidade da ideia de Deus, ou argumento da marca do artesão, presente na Terceira Meditação de Descartes. Ele se baseia no princípio de que deve haver pelo menos tanta realidade na causa quanto no seu efeito. Como eu, um ser finito e imperfeito, tenho a ideia de um ser infinito e perfeito, essa ideia deve ter sido colocada em mim por um ser que possui, de fato, essas perfeições. É como a 'marca do artesão impressa em sua obra'. A opção C é o argumento ontológico de Santo Anselmo (que Descartes também usa, mas depois). A A é o teleológico e a D é uma das vias de Tomás de Aquino.
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