A Constituição de 1824 estabeleceu o catolicismo como religião oficial do Estado, mas também instituiu o regime do 'padroado'. Na prática, o padroado significava que:
o Estado brasileiro tinha o direito de nomear bispos e outros cargos eclesiásticos, pagar os salários do clero e aprovar (ou não) as bulas papais, submetendo a Igreja ao seu controle.
a Igreja Católica era responsável por financiar o Estado Imperial, entregando todos os dízimos e doações diretamente ao Tesouro Nacional.
todos os cidadãos brasileiros, incluindo os não católicos, eram obrigados a frequentar a missa aos domingos e a se confessar anualmente.
o Papa, em Roma, tinha controle total sobre a Igreja no Brasil, nomeando bispos e criando paróquias sem qualquer interferência do governo.
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O padroado era um sistema herdado de Portugal que transformava a Igreja em um braço do Estado. O Imperador tinha amplos poderes sobre a administração eclesiástica: ele propunha os nomes dos bispos ao Papa (que apenas confirmava), os padres eram funcionários públicos pagos pelo Estado, e nenhuma ordem ou documento do Vaticano (bula papal) tinha validade no Brasil sem a aprovação do Imperador (o 'beneplácito'). Esse sistema de controle foi a causa direta da 'Questão Religiosa' no final do Império.
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