O bonde abre a viagem,
No banco ninguém,
Estou só, stou sem.
Depois sobe um homem,
No banco sentou,
Companheiro vou.
O bonde está cheio,
De novo porém
Não sou mais ninguém.
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
O bonde abre a viagem,
No banco ninguém,
Estou só, stou sem.
Depois sobe um homem,
No banco sentou,
Companheiro vou.
O bonde está cheio,
De novo porém
Não sou mais ninguém.
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
Em um texto literário, é comum que os recursos poéticos e linguísticos participem do significado do texto, isto é, forma e conteúdo se relacionam significativamente. Com relação ao poema de Mário de Andrade, a correlação entre um recurso formal e um aspecto da significação do texto é
a sucessão de orações coordenadas, que remete à sucessão de cenas e emoções sentidas pelo eu lírico ao longo da viagem.
a elisão dos verbos, recurso estilístico constante no poema, que acentua o ritmo acelerado da modernidade.
o emprego de versos curtos e irregulares em sua métrica, que reproduzem uma viagem de bonde, com suas paradas e retomadas de movimento.
a sonoridade do poema, carregada de sons nasais, que representa a tristeza do eu lírico ao longo de toda a viagem.
a ausência de rima nos versos, recurso muito utilizado pelos modernistas, que aproxima a linguagem do poema da linguagem cotidiana.
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Reconheça o gênero e o propósito comunicativo; avalie coesão (referenciação e conectores) e correções essenciais de norma. A única opção que preserva o sentido e o registro adequados é “a sucessão de orações coordenadas, que remete à sucessão de cenas e emoções sentidas pelo eu lírico ao longo da viagem.”. Erros comuns: inadequação de registro, quebra de coesão, vícios de regência/concordância, ou deslocamento de sentido.
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