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Pergunta de: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da lingua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma - usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como lingua oficial e nacional do povo brasileiro.

BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponivel em: www.dominio publico.gov.br. Acesso em: 26 jun. 2012.

[LÍNGUA PORTUGUESA - ENEM 2020 - QUESTÃO 44]

Nessa petição da pitoresca personagem do romance de

Lima Barreto, o uso da norma-padrão justifica-se pela

A)  

situação social de enunciação representada.

B)  

divergência teórica entre gramáticos e literatos.

C)  

pouca representatividade das línguas indígenas.

D)  

atitude irônica diante da língua dos colonizadores.

E)  

tentativa de solicitação do documento demandado.

Soluções

b

byedwinalvarez

hace 5 días

Solução Aprovada

0

Uso da norma-padrão em "Triste fim de Policarpo Quaresma" — solução passo a passo

Resposta: situação social de enunciação representada

Resumo: A norma-padrão é empregada porque o trecho reproduz uma petição formal dirigida ao Congresso Nacional — um ato institucional que exige registro linguístico culto.

  1. Identificar o ato de fala: é uma petição (expressão explícita: "vem pedir que o Congresso Nacional decrete...").
  2. Identificar o enunciador: Policarpo Quaresma — cidadão e funcionário público; posição social ligada ao âmbito institucional.
  3. Identificar o destinatário: o Congresso Nacional, órgão público e formal, que impõe exigência de linguagem adequada.
  4. Determinar a finalidade comunicativa: solicitar um ato oficial (decretar o tupi-guarani como língua nacional) — objetivo jurídico-administrativo que demanda formalidade.
  5. Localizar evidências linguísticas no trecho:
    • "usando do direito que lhe confere a Constituição" — vocabulário jurídico;
    • "vem pedir que o Congresso Nacional decrete" — construção típica de documento oficial;
    • remoção de coloquialismos e presença de termos cultos ("autores", "gramáticos", "polêmicas") — marca de registro culto.
  6. Relacionar contexto e escolha do registro: pela natureza do discurso (documento formal, destinatário institucional, objetivo de obter decreto), a norma-padrão é linguisticamente adequada e exigida.
  7. Conclusão direta: portanto, o uso da norma-padrão justifica-se pela situação social de enunciação representada, confirmando a resposta (R).

Resposta final (sintética): A norma-padrão é usada porque a enunciação representa um ato formal e institucional (petição ao Congresso), o que exige registro culto.

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